quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Alberto Caeiro

Olá!
Agora estou muito na onda dos poemas:)
Como falei no outro dia lembrei-me de por aqui os meus preferidos:)
Vejam alguns deles:


IX - Sou um Guardador de Rebanhos

"Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz. "

"SEI A VERDADE E SOU FELIZ", só isto já valia:) também gostava que os meus pensamentos fossem todos sensações:)

II - O Meu Olhar

"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial

Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele

(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."



"andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás... " Quem é que nunca olha para trás mesmo quando não se deve... Amanhã, por exemplo, vou ter com o Rui (espero que pela última vez, pois não aguento mais lembrar-me dele todos os dias por estar sempre a dar-me toques ou a enviar mensagens como se tivesse muito a ver com o que ele faz... Quando tinha não me dizia nada (agora percebo porquê), e agora trata-me como se eu fosse a melhor pessoa do mundo e isso irrita-me tanto) e, claro, vou ter que olhar para trás poorque é impossivel olhar para a cara de estúpido dele e não me lembrar do que ele me fez...

"Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ..."
Será este o meu problema?? Por não saber o que é amar, não sei se gosto do Beto??? Porque se eu soubesse o que é realmente amar, sabia que o amo,não??

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..." Ou então é este... Penso demasiado e amar é não pensar...

Acho que descobri a solução do meu problema:) Basta deixar de pensar que tudo se me mostra... Grande ALberto Caeiro!!! Sabe mais do que o que pensa... Isso é que é sabedoria:)

Agora aptece-me ler todos os poemas do homem para ver se me entendo um pouquinho mais... quando for ao centro comercial vou ver se encontro um livro que tenha todos os poemas de alberto Caeiro:)

Cada vez gosto mais dele...

Nunca tinha pensado nos poemas desta maneira apesar de os achar mais giros do que qualquer outros...

Gostei...

Bem, agora que já estou mais feliz, vou-me entregar de corpo e alma ao Comte (que horror, dito assim parece outra coisa)e ler aquele livro chato que o homem escreveu que não tem nem um décimo do glamour, do encanto, do encanto do sublime e da beleza de Caeiro...

Xauzinho:)

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